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Editor: Marielson Marciniak Colaboradoras: Jaqueline R. Beckhauser; Mariane B. Bermudez

O que é Pressão Arterial e Hipertensão?[]

A pressão arterial (PA) pode ser definida como a força que o sangue exerce sob a parede do vaso. Sendo que a hipertensão é

Quadro 01

Fonte: http://www.orientacoesmedicas.com.br/hipertensaoarterial.asp

identificada quando o indivíduo passa a apresentar valores acima dos tidos como normais. Contudo, essa doença até hoje não é totalmente compreendida no que diz respeito a sua fisiopatologia.

Os valores normais para a PA, são 120 mmHg para a pressão sistólica e 80 mmHg para a pressão diastólica. Quando o individuo apresentar por um determinado período de tempo, a PA em valores acima de 140mmHg para a pressão sistólica e 90 mmHg para a pressão diastólica, esse é dito hipertenso. No diagnóstico da hipertensão, existem diferentes estágios, e classificações, essas estão descritas no quadro 01.

Qual é a forma correta de se “medir” a pressão?[]

Figura 01

Fonte: http://www.orientacoesmedicas.com.br/hipertensaoarterial.asp

Segundo Zatz et al.: “a determinação da pressão arterial deve sempre ser feita por pessoal devidamente treinado, com o paciente na mesma posição (deitado ou sentado), em ambiente tranqüilo e sempre no mesmo horário, devendo-se medir a PA mais de uma vez em uma mesma consulta. Para se estabelecer o diagnóstico de hipertensão arterial é ainda necessário que a pressão arterial esteja alta em três consultas sucessivas, para evitar que uma elevação acidental e temporária seja erroneamente interpretada (e tratada) como se fosse uma condição permanente.”

Existem vários tipos de “medidores” de pressão, tais como: digital, com ponteiro, e o mais indicado, por ter uma maior precisão é o esfigmomanômetro de mercúrio. (Figura 01)

Porque é importante fazer o diagnóstico?[]

O diagnóstico correto da hipertensão arterial faz-se importante para que o individuo possa iniciar logo o tratamento, já que mesmo pequenas elevações na PA podem diminuir a expectativa de vida da pessoa, em decorrência de todas as alterações que acontecem no organismo, tais como: O aumento de trabalho do coração o que pode levar a diversos problemas cardíacos, como a insuficiência cardíaca congestiva. Além disso, um aumento acentuado na PA pode levar a ruptura, ou obstrução de vasos cerebrais, levando o individuo a ter um acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente por “derrame”. Outro problema comum nos hipertensos é a insuficiência renal crônica, que em estágios avançados causa uma perda irreversível do órgão. De todos os hipertensos uma pequena porção desenvolve um quadro conhecido como hipertensão maligna, na qual todas as complicações conseqüentes desenvolvem-se de modo acelerado.

Mas afinal, o que causa a hipertensão? Como posso preveni-la?[]

Os motivos que desencadeiam a hipertensão ainda são pouco conhecidos, segundo Zatz et al. “em apenas 10% dos pacientes é

Figura 02

Fonte: http://www.andreiajoao.com.br/wp/?page_id=40

possível identificar uma causa definida para a elevação na PA, como por exemplo uma produção exagerada do hormônio aldosterona (hiperaldosteronismo), ou um estreitamento arterial renal”. A hipertensão secundária é a enfermidade cujas causas são conhecidas. Mesmo conhecendo-se pouco sobre o que leva o indivíduo a ficar hipertenso, atualmente existem muitas evidencias clínicas de que esse problema é resultado de uma somatória de vários fatores, tais como fatores genéticos e ambientais.

Os fatores ambientais citados acima, referem-se ao modo de vida do individuo, como por exemplo seus hábitos alimentares, pratica de atividade física, condições estressantes, ser fumante, entre outros. Como podemos perceber são nesses pontos que podemos intervir e prevenir essa doença, que até o momento como bem sabemos não tem cura.

Mas afinal, como que o organismo regula a PA?[]

Existem diferentes mecanismos que regulam a pressão no nosso corpo. Cada um desses exerce uma função reguladora muito complexa. Podemos citar, por exemplo, o mecanismo de ação rápida, pelo qual são responsáveis os Barorreceptores e os Quimiorreceptores arteriais, são eles que regulam a sua pressão, por exemplo, quando você está deitado e levanta-se, além disso esse mecanismo é muito importante em casos graves como hemorragias. Já a regulagem em médio prazo é feita através das paredes dos vasos (veias e artérias), as quais podem “esticar” em casos de Hipertensão, ou podem se contrair em casos de Hipotensão, além disso, a médio prazo as artérias são capazes de alterar a quantidade de líquido que elas absorvem dos tecidos que estão a sua volta. Pode ser citado ainda um terceiro mecanismo, esse é um mecanismo de regulagem dito a longo prazo, o qual é feito pelos rins. A ação dos rins sobre a pressão se dá da seguinte forma: Quando a pressão aumenta, eles aumentam a taxa de filtração do sangue, aumentando assim a quantidade de sal e água eliminada. Fica fácil assim deduzir que o contrário acontece quando a pressão baixa, ou seja, os rins diminuem a quantidade de sangue que é filtrado, bem como diminuem a quantidade de sal e água eliminados.

Mas e então, se existem tantos mecanismos que regulam a PA, qual desses que é o principal responsável por causar a hipertensão?[]

Como foi dito, o mecanismo que causa a Hipertensão, ainda não é totalmente conhecido, existem duas teorias tentam explicar através desses mecanismos, de onde vem o inicio da hipertensão. São essas teorias, a Neurogênica, e a Renal. Segue abaixo uma breve explicação, do que é, e o que defende cada uma dessas teorias.

Teoria Neurogênica: Os defensores dessa teoria dizem que a hipertensão é uma doença do sistema nervoso central (SNC). Eles usam argumentos retirados de diversos estudos, como por exemplo, que indivíduos hipertensos, são muito mais responsivos ao estresse, desenvolvendo uma aumentada resposta simpática pelo SNC, que leva a um aumento da pressão, já que esta resposta provoca uma contração dos vasos pelo corpo inteiro. Outra explicação que eles dão se baseia no fato de o SNC ter uma íntima relação com o funcionamento dos rins, e um problema nessa comunicação, poderia facilmente levar o indivíduo a hipertensão.

Teoria Renal: Quem defende essa teoria diz que como o rim é o principal responsável pela eliminação de sódio, seria então ele, o principal regulador em longo prazo da PA, além de o sistema renal, ser o único capaz de responder diretamente as variações na PA aumentando ou diminuindo a excreção de sódio. Esses defensores se baseiam também em diversos estudos científicos que apontam em favor dessa teoria, como por exemplo, alguns estudos realizados em animais de laboratório, onde rins de animais com hipertensão foram transplantados a animais que não tinham hipertensão, ou seja, eram normotensos, e estes últimos acabaram desenvolvendo hipertensão. E o contrario aconteceu quando rins de animais normotensos foram transplantados para animais hipertensos.

E os hormônios? Qual é a relação deles com a hipertensão?[]

Os rins respondem a vários compostos, que fazem parte de sistemas muito complexos como, por exemplo, o das prostaglandinas, o sistema L-arginina/ óxido nítrico, o sistema calicreína-cinina, sistema renina – angiotensina – aldosterona (SRAA), entre vários outros. Segundo estudos, entre todos esses sistemas reguladores, o mais importante é o SRAA, já que este exerce influencia de diversas maneiras sobre a PA, exemplificando, esse sistema é um composto que exerce uma forte influência sobre os vasos, tanto de constrição quanto de dilatação, bem como a sua área de atuação é muito grande e vai desde a ação vasoconstritora da angiotensina II até a retenção de sódio pelos rins, influenciada pela aldosterona, além de ter importância em diversos processos celulares inflamatórios tanto nos rins quanto fora deles. Assim a influencia deste sistema de hormônios se torna muito importante, sendo que uma atividade aumentada desse sistema leva rapidamente a um aumento na PA.

E eu que sou Hipertenso, ou conheço alguém hipertenso, quais as alterações no estilo de vida que são indicadas?[]

Figura 03

Fonte: http://comomudoem10dias.blogspot.com/2008/06/exerccio-fsico.html

As principais alterações indicadas para doentes hipertensos são: A redução do peso, atingindo e mantendo o índice de massa corpórea (IMC) em um valor o mais próximo possível do ideal, que é 25kg/m2 ; fazer uma redução do sal da dieta para aproximadamente 6g por dia; ter uma dieta rica em frutas, verduras, vegetais, e laticínios com baixo teor de gordura; diminuir o consumo de álcool e praticar atividades físicas, por pelo menos 30 minutos por dia, por exemplo: uma caminhada. Além é claro, de seguir corretamente o tratamento medicamentoso indicado pelo médico.

Todas essas alterações no estilo de vida para os hipertensos colaboram em muito para manter a pressão em níveis adequados, e para quem não é hipertenso, ajuda a prevenir o individuo de desenvolver essa doença.






Referências Bibliográficas[]

GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. . Tratado de Fisiologia Médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier 2006 1115 p.

GANONG, Willian F. Fisiologia médica. 17. ed Sao Paulo: Atheneu, 1998.

FAUCI, Anthony S., (Edit.). Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2008. 2 v.

COTRAN, Ramzi S., KUMAR, Vinay, ROBBINS, Stanley L., SCHOEN, Frederick J., Robbins patologia estrutural e funcional. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1996. 1277 p.

ZATZ, Roberto. Fisiopatologia renal. São Paulo: Atheneu, 2000. 328 p

Para saber mais sobre a Hipertensão Arterial, acesse...[]

http://www.sbh.org.br/

http://www.eerp.usp.br/ope/manual.htm

http://www.manuaisdecardiologia.med.br/has/has.htm

http://www.hipertensaoarterial.com.br/artigo.html

http://www.scribd.com/doc/2869658/Manual-de-Hipertensao-Arterial-e-Diabete-Mellitus

http://www.faculdadedofuturo.edu.br/revista/v1n1a1.pdf

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