InfomedicaRascunho Wiki
Advertisement


Editora: Gabriela Gama Martins

Colaboradores:  Débora Ramos Marcinichen

                    Maria Olivia Pozzolo Pedro

                    Victor Hugo Heckert



INTRODUÇÃO:

Poucos segundos após o parto o recém-nascido terá de iniciar a respiração. Seu pulmão irá se transformar, e de um órgão preenchido de líquido e com pouco fluxo sanguíneo passará a ser um órgão arejado e com muito fluxo de sangue,capaz de exercer uma forma diferente de respiração. Para que ocorra a rápida adaptação à vida extrauterina o RN depende da presença de uma função cardiopulmonar adequada. Pode-se perceber então que sinais e  sintomas de dificuldade respiratória são manifestações comuns que o RN sofre após o parto, sendo um desafio para os profissionais que atuam em unidades neonatais. “O desconforto respiratório pode representar uma condição benigna (retardo na adaptação cardiorrespiratória), ou então pode ser o primeiro sinal de uma infecção grave e letal, sendo de extrema importância o reconhecimento e ava¬liação precoce de todo bebê acometido. O reconhecimento é feito em razão da imaturidade estrutural e funcional ligada ao sistema respiratório”².

Geralmente as doenças pulmonares no período neonatal são notórias externamente de forma característica e comum aos recém-nascidos. O conhecimento e a interpretação desses sinais devem ser feitos por um profissional da saúde logo após o parto e são úteis para decidir o melhor momento de início da intervenção terapêutica. Os sinais e sintomas que definem esses problemas respiratórios são observados e inspecionados no RN, podendo ser, por exemplo, o aumento do trabalho respiratório(uso da musculatura acessória).

O prematuro está mais vulnerável a problemas de saúde visto que a gravidez encurtada não permitiu o desenvolvimento completo dos órgãos; por isso, ele é mais sensível do que o recém-nascido que atinge o termo da gravidez (37 semanas completas). Uma das partes mais afetadas do organismo é o aparelho respiratório, levando a problemas de funcionamento que originam as chamadas síndromes respiratórias em neonatos sendo frequente no RN pré-termo e comum nos RN prematuros com menos de 28 semanas de gestação, do sexo masculino, em filhos de mãe diabética e nos que sofreram asfixia ao nascimento. Entre os problemas mais frequentes de respiração que são típicos do bebê prematuro estão:

Doença das membranas hialinas: doença relacionada com a imaturidade estrutural e funcional do pulmão é mais comum em recém-nascidos em menos de 28 semanas de gestação. Esta condição também é mais comum em meninos, e até seis vezes mais elevadas em crianças cujas mães são diabéticas.

Fisiopatologia: Células alveolares tipo II imaturas produzem menos surfactante, provocando um aumento da tensão superficial alveolar e uma diminuição na sua complacência. A Atelectasia (colapso de um segmento, lobo ou todo o pulmão, alterando a relação ventilação/perfusão) resultante causa constrição vascular pulmonar, hipoperfusão e isquemia. O diagnóstico da síndrome do desconforto respiratório deve ser suspeitado quando ruídos, retrações, ou outros sintomas típicos de socorro ocorrer em um bebê prematuro imediatamente após o nascimento. Hipóxia e cianose, muitas vezes podem ocorrer; volumes pulmonares diminuídos também podem ser detectados.

Resp

Radiografia de tórax com síndrome do desconforto respiratório no recém-nascido. Fonte: Respiratory Distress in the Newborn; American Family Physician; Volume 76, Número 7 , 1 Outubro, 2007; pgs 987-994.

Epidemiologia: A Síndrome do desconforto respiratório (SDR) afeta cerca de 1 % dos recém-nascidos e é a principal causa de morte em bebês que nascem prematuramente. O risco aumenta com o aumento da prematuridade; Bebês nascidos antes de 29 semanas de gestação têm uma chance de 60% de desenvolver esta síndrome, mas os bebês nascidos a termo raramente desenvolvem esta condição. Fatores de risco maternos para o nascimento prematuro incluem parto prematuro anterior, doença periodontal, baixa massa corpórea materna e pré-natal deficiente.






•Síndrome de aspiração Meconial: A presença de mecônio no líquido amniótico ocorre em cerca de 15 por cento dos partos, causando síndrome de aspiração de mecônio em 10 a 15% dos casos, tipicamente em crianças termo e pós-termo. 

Fisiopatologia: O Mecônio (composto da descama celular, secreções, lanugem, água, pigmentos biliares, enzimas pancreáticas, e fluido amniótico), apesar de ser estéril, é localmente obstrutivo, irritativo, e um meio para a cultura bacteriana.Nesta Síndrome ocorre a passagem de mecônio que pode levar a hipóxia ou sofrimento fetal no útero.Ela causa dificuldade respiratória significativa imediatamente após o parto. A hipóxia ocorre porque a aspiração ocorre no útero. 

Resp

Radiografia de tórax com presença de Síndrome de aspiração Meconial. Fonte: Respiratory Distress in the Newborn; American Family Physician; Volume 76, Numero 7 , 1 Outubro, 2007; pgs 987-994.









Taquipnéia transitória do recém- nascido: É o desconforto respiratório de intensidade leve a moderada, cujo aparecimento é precoce, incidindo em RN próximo ao termo ou termo, com evolução autolimitada, benigna e com incidência maior no sexo masculino. 

Fisiopatologia: Decorre do déficit de absorção do líquido pulmonar fetal, ausência de compressão da caixa torácica no recém-nascido de parto Cesário e da imaturidade pulmonar.

Pode-se destacar como fatores predisponentes o parto Cesário, feto macrossômico, sedação materna excessiva, trabalho de parto prolongado. O recém-nascido apresenta um quadro taquipneico e/ou dispneico, apresenta retração intercostal, gemido expiratório, cianose, PaO2 discretamente baixa.

Radiografia: Apresenta diminuição da transparência pulmonar, normalmente nos ápices e bases; hiperinsuflação; Imagens radiopacas lineares, convergindo da periferia para o hilo e, ocasionalmente, derrame pleural.

Resp

Evolução radiológica de um neonato com TTRN. 3A – RN com 2 horas de vida 3B – RN com 24 horas de vida e 3C – RN com 36 horas de vida. Fonte: Atenção à saúde do Recém-Nascido - Guia para profissionais da saúde- Ministério da Saúde, 2011.



Prevenção: De longe, o maior fator de risco é prematuridade. A Prevenção de nascimentos prematuros pode quase eliminar o risco para esses distúrbios. Várias causas que levam a um parto prematuro são evitáveis por cuidados em um pré-natal bem acompanhado. Se o nascimento não puder ser adiado para depois de 34 semanas, pode-se submeter a mãe a corticoterapia 48 horas antes do nascimento, o que acelera a maturação pulmonar fetal e reduz a incidência e gravidade da doença. Crianças de alto risco e prematuros requerem atenção imediata por uma equipe de reanimação pediátrica.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- Hermansen L.,Christian; Lorah N.,Kelvin; Respiratory Distress in the Newborn; American Family Physician; Volume 76, Numero 7 , 1 Outubro, 2007; p. 987-994.

2- Atenção à saúde do Recém-Nascido, Guia para profissionais da saúde- Ministério da Saúde, 2011.

3- Rodriguez RJ, Martin RJ, Fanaroff AA; Respiratory distress syndrome and its management,eds. Fanaroff and Martin’s Neonatal-Perinatal Medicine:Diseases of the Fetus and Infant. 7th ed. St. Louis, MO: Mosby; 2002:1001–1011.




LINKS RELACIONADOS



Distúrbios Respirtórios no Recém-Nascido- UFF:

http://www.recem-nascido.uff.br/probrespRN1.pdf

   Pediatria São Paulo – USP: 

http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/228.pdf

Manual do internato na área de neonatologia- UFPA: 

http://www.faculdademedicina.ufpa.br/doc/MANUAL%20DO%20INTERNATO%20%20e%20gradua%C3%A7%C3%A3o%20UFPA%20%20EM%20REVISAO%20JAN%202012.pdf

Dificuldade Respiratória no recém-nascido - Paulo Roberto Margotto:      

http://www.google.com.br/url?url=http://www.paulomargotto.com.br/documentos/dificuldaderespiratia.ppt&rct=j&sa=U&ei=bUmuUPSFGpOo8gSfuYDgCA&ved=0CCsQFjAGOBQ&sig2=W1zJxGbjlr_A_4ku7V8WRg&q=disturbios+respiratorios+em+neonatos&usg=AFQjCNEin-0heyLz5QhSErx0w1oQpJmGPA

Manual Merck – Saúde da Família: http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_23/cap_252.html

O Recém-Nascido: 

http://misodor.com/RECEMNAS.php

Advertisement