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Editora: Alyuska M. Romanini

Colaboradores: Ana Carolina Aragão, Alexandra C. Goetze, Nayara dos Santos


Resumo[]

Os aspectos físicos do corpo estão sendo cada vez mais valorizados na sociedade atual. Com intuito de melhorar o condicionamento físico ou mesmo para fins estéticos tem-se usado nas academias as famosas “bombas”. Há diversos tipos de substâncias usadas com a finalidade anabólica, dentre elas a mais utilizada é a testosterona e seus derivados.


Definição de androgênios[]

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Fonte: Guyton & Hall

Todos os hormônios sexuais masculinos são denominados, genericamente, androgênios. Dentre estes hormônios podemos citar a diidrotestosterona, dehidroepiandrosterona, androstenediona, androsterona, e o mais importante deles, a testosterona. Eles são produzidos principalmente pelos testículos, pelas glândulas adrenais e, em pouquíssima quantidade, pelos ovários. Os androgênios são hormônios esteroidais produzidos a partir do colesterol. As atividades fisiológicas relacionadas a estes hormônios incluem a expressão de genitália masculina no feto (formação do pênis, saco escrotal, próstata, vesículas seminais e ductos genitais masculinos), engrossamento da voz, calvície, expressão de pêlos corporais e faciais, descida dos testículos nos últimos meses de gestação, fusão das epífises ósseas nos adolescentes, estímulo à eritropoese, espessamento da pele e desenvolvimento muscular.







Efeitos anabólicos e mecanismo de ação da testosterona[]

Figura 2: Mecanismo de ação da testosterona

Receptor

Fonte: http://corticoidesetireoide.blogspot.com/

Após ser produzida pelas células de Leydig, nos testículos, a testosterona é transportada na corrente sanguínea ligada às proteínas plasmáticas (albumina e globulina ligante do hormônio sexual). Devido ao fato de ser um hormônio derivado do colesterol, a testosterona é uma molécula lipofílica e atravessa a membrana das células com certa facilidade. Após sua entrada na célula ela é convertida em diidrotestosterona, que parece ser o androgênio ativo em muitos dos tecidos-alvos. Esta por sua vez liga-se a receptores citoplasmáticos, então o conjunto hormônio-receptor migra para o núcleo onde se liga ao DNA, em uma região denominada elementos de resposta ao hormônio. Desta forma ocorre a transcrição do DNA em RNA que inicia a produção de proteínas. Esta é a forma que a testosterona age para produzir a maior parte de seus efeitos, através do aumento da taxa de produção protéica.


O anabolismo consiste no metabolismo celular dedicado a produção de substâncias complexas a partir de moléculas mais simples. O anabolismo desejado nas academias consiste na produção de proteínas a partir dos aminoácidos. As proteínas são substratos para o desenvolvimento muscular, desta forma o aumento na taxa de produção de proteínas facilita a hipertrofia dos músculos. Uma característica marcante do inicio da puberdade é o aumento da massa muscular. Ocorre um aumento de cerca de 50% em relação ao desenvolvimento das meninas. Isto acontece devido ao grande aumento da produção de testosterona na puberdade.



Uso médico[]

Utilizam-se os androgênios clinicamente para o tratamento do hipogonadismo, da andropausa, da puberdade atrasada, do micropênis neonatal e na reposição androgênica no caso de deficiência secundária a doenças crônicas. Há relatos de utilização de androgênios para retardo da fraqueza em pacientes com distrofia muscular de Duchenne e para o tratamento da baixa estatura provocada pela síndrome de Turner. Os androgênios também possuem efeito fisiológico sobre a retenção de Cálcio e aumento da matriz óssea. Devido a isto podem ser utilizados clinicamente para o tratamento da osteoporose. Também podem ser utilizados no tratamento de anemias causadas por falhas na medula óssea ou nos rins, da fadiga gerada pela hemodiálise em pacientes renais, da sarcopenia associada a queimaduras graves, câncer de mama avançado, endometriose grave além do uso, em baixas doses no tratamento de doenças cardiovasculares, como antianginosos e antiaterogênicos.



Abuso dos androgênios[]

Figura 3: Reflexos do abuso

MainAnabolizante01

Fonte: : http://www.academiatoptraining.com.br/

O tamanho dos músculos e a quantidade de fibras musculares são determinadas, principalmente, pela hereditariedade. Contudo existem formas para driblar estas determinações genéticas, aumentar o diâmetro das fibras musculares e consequentemente melhorar o desempenho físico de atletas. Desde 1954 se tem registros do uso de androgênios exógenos para aumentar o desempenho em campeonatos mundiais. Durante as olimpíadas de Tóquio, em 1964, os esteróides anabolizantes foram utilizados indiscriminadamente em diversas modalidades. Somente a partir de 1976, nas olimpíadas de Montreal é que o controle de dopagem com implantado. Atualmente o abuso dos androgênios ultrapassou as barreiras esportivas e estão sendo utilizados em larga escala nas academias para fins estéticos. Já se tornou, portanto, um problema de saúde pública. Nos Estados Unidos há relatos de crianças de 10 anos utilizando esteróides anabolizantes para ficarem fortes. A venda destas substâncias está restrita às farmácias e drogarias e necessita apresentação e retenção de uma cópia carbonada da receita emitida pelo médico. Porém o acesso a estas drogas é de extrema facilidade nas academias, onde ocorre o chamado “mercado negro”. Dentre os princípios ativos mais utilizados para fins anabólicos, nas academias podemos citar a oximetolona, oxandrolona, estanozolol, metandrostenolona, decanoato de nandrolona, fenilpropionato de nandrolona, cipionato de testosterona e undecilenato de boldenona. A pressão desenvolvida pela sociedade que valoriza de forma extrema o corpo é a principal responsável pelo uso e abuso destas drogas.









Possíveis efeitos colaterais do uso da testosterona e seus derivados[]

Muitos são os efeitos colaterais relacionados com o abuso da testosterona e seus derivados. Além de provocar efeitos físicos indesejáveis há os efeitos psicológicos que muitas vezes não são percebidos pelo usuário, mas por aqueles que convivem com ele. Muitos estudiosos apontam o abuso dos androgênios como responsáveis por mudanças súbitas no temperamento, irritabilidade, hostilidade, raiva, insônia, sintomas cognitivos como confusão mental, esquecimento e distração além da agressividade e até mesmo, o suicídio. Em relação aos efeitos colaterais físicos em mulheres podemos citar a hipertrofia do clitóris, engrossamento da voz, acne, pele oleosa, crescimento de pêlos faciais e corporais, diminuição ou desaparecimento da menstruação e queda de cabelo. Muitos destes sintomas podem se tornar irreversíveis com o uso contínuo e prolongado. Nos adolescentes, os androgênios provocam a calcificação precoce das epífises, desta forma promovem redução da estatura final destes indivíduos. Outros efeitos colaterais potencialmente prejudiciais a saúde como o aumento do colesterol “ruim” e redução do colesterol “bom”, hipertrofia da próstata com possível desenvolvimento cancerígeno, aumento da pressão arterial favorecendo o desenvolvimento de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e insuficiência renal, lesão do fígado com possível desenvolvimento de hepatite e cirrose e, por fim redução das respostas imunológicas logo após o fim do uso dos hormônios. Há também efeitos colaterais indesejáveis produzidos nos homens. O desenvolvimento da glândula mamária, conhecida com ginecomastia, impotência sexual, esterilidade e atrofia dos testículos. Além de tudo há o risco aumentado de contrair doenças como Hepatite B e C e HIV ao compartilhar seringas para administração pela via intramuscular.


Figura 4: Ginecomastia

Ginecomastia

Fonte: http://1.bp.blogspot.com

Referências bibliográficas[]

GUYTON, Arthur C. Tratado de Fisiologia Médica. 11.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006

Lise MLZ, Silva TSG, Ferigolo M, et al. O abuso de esteróides anabólico-androgênicos em atletismo. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.45 n.4 São Paulo Sept./Dec. 1999

Iriart JAB, Andrade TM. Musculação, uso de esteróides anabolizantes e percepção de risco entre jovens fisioculturistas de uma bairro popular de Salvador, Bahia, Brasil. Cad. Saúde Pública vol.18 no.5 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2002

Ribeiro PCP. O uso indevido de substâncias: esteróides anabolizantes e energéticos. Adolesc. Latinoam. v.2 n.2 Porto Alegre mar. 2001

Silva PRP, Danielski R, Czepielewski MA. Esteróides anabolizantes no esporte. Rev Bras Med Esporte vol.8 no.6 Niterói Nov./Dec. 2002


Links relacionados[]

CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas: http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/quest_drogas/esteroides_anabolizantes.htm

Portal da Educação Física: http://www.educacaofisica.com.br/noticias_mostrar.asp?id=4570

Jornal Existencial on line: http://www.existencialismo.org.br/jornalexistencial/renataesteroides.htm

Fisioculturismo: http://www.fisioculturismo.hpg.ig.com.br/37.htm

Universidade Metodista de São Paulo: http://www.metodista.br/cidadania/numero-59/a-sociedade-do-culto-ao-corpo-perfeito/

http://www.fabricademusculos.com.br/vida-saudavel.htm

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